Compositor: Astor Piazzolla / Horacio Ferrer
Morrerei em Buenos Aires, será de madrugada
Guardarei calmamente as coisas de viver
Minha pequena poesia de adeuses e de balas
Meu cigarro, meu tango, meu punhado de melancolia
Me porei nos ombros, de agasalho, todo o amanhecer
Meu penúltimo Whisky ficará sem beber
Chegará, lentamente, minha morte enamorada
Eu estarei morto, pontualmente, quando forem as seis
Hoje que Deus me deixa de abençoar
Esquecido vou pela (avenida) santa fé
Sei que em nossa esquina você já está
Cheia de tristeza, até os pés
Abraça-me forte que por dentro
Ouço mortes, velhas mortes
Agredindo o que amei
Alma minha, vamos indo
Chega o dia, não chores
Morrerei em Buenos Aires, será de madrugada
Que é a hora em que morrem os que sabem morrer
Flutuará em meu silêncio o suspense perfumado
Daquele verso que nunca soube lhe dizer
Andarei tantas quadras e lá na praça frança
Como sombras fugidas de um cansado balé
Repetindo seu nome por uma rua branca
Se irão minhas lembranças nas pontinhas do pés
Morrerei em Buenos Aires, será de madrugada
Guardarei calmamente as coisas de viver
Minha pequena poesia de adeuses e de balas
Meu cigarro, meu tango, meu punhado de melancolia
Me porei nos ombros, de agasalho, todo o amanhecer
Meu penúltimo Whisky ficará sem beber
Chegará, lentamente, minha morte enamorada
Eu estarei morto, pontualmente, quando forem as seis
Quando forem as seis, quando forem as seis!